Hoje vamos abordar um pouco mais sobre o bougie, trata-se de um introdutor de tubo endotraqueal (ITE), semi rígido, cilíndrico, com uma ponta arredondada, que tem por função orientar o tubo endotraqueal (TET) na fenda glótica. É um dispositivo confeccionado com plástico flexível ou fio de náilon, com 60cm de comprimento e 5mm de diâmetro. Ele possui uma extremidade distal (ponta de Coude) com curvatura de 40°, e orienta-se que a 10cm da posta distal seja realizada uma curvatura de 60° para facilitar sua inserção. A sua indicação clássica á para as vias aéreas com classificação de Cormack-Lehane 2b ou 3a.
Como utilizar o BOUGIE?
Sua utilização é simples, após laringoscopia, com sua ponta direcionada para cima ele é inserido abaixo da epiglote. O seu correto posicionamento é confirmado por meio da resistência intermitente ao atingir os anéis traqueias, também chamado de “clique traqueal” ou por meio da resistência após cerca de 40cm de inserção, o que indica que o bougie está em brônquio distal.
Após a passagem do bougie na fenda glotica, deve-se manter a laringoscopia, enquanto o assistente passa o TET sob bougie. Um grande problema encontrado nessa etapa é a resistência de progressão do TET na fenda glótica, isso ocorre na altura das cartilagens aritenoides, nesse momento o recomendado é voltar com o TET em 1 a 2 m e girar em sentido anti-horário antes de progredir. Outra técnica, muito utilizada na Atenção Pré-hospitalar Móvel, onde a equipe é reduzida, é a técnica Kiwi Ducanto Grip, onde se inicia a laringoscopia já com o bougie por dentro do TET ancorado no olho de murhy. O bougie também pode ser utilizado em criança e também em um estratégia para trocar o TET.
Logo, se no local onde você trabalha não tem bougie, é a hora de comprar um. Trata-se de um dispositivo indispensável no manejo da via aérea, além de ser barato e prático.
Você pode ver nossa explicação através de 2 vídeos no Instagram, abaixo.
Parte 01 e parte 02
PUBLICAÇÃO ESCRITA POR TALITA RIBEIRO
RESIDENTE DE MEDICINA DE EMERGENCIA HSCC
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS: BROWN III, C. Manual de Walls para o Manejo da Via Aérea na Emergência. Porto Alegre. Artmed. 2019