O acesso intraósseo (IO) foi descrito em 1922, e hoje é indicado como segunda via de acesso em situações emergenciais na ausência de acesso venoso periférico
O IO se torna possível uma vez que a medula óssea é ricamente vascularizada. Os ossos longos possuem veias que drenam os seios medulares na medula óssea. Essas veias, diferente das periféricas, não são colapsáveis, uma vez que são sustentadas pela matriz ossea. Todos os medicamentos realizados em acessos venosos periféricos podem ser realizados no IO, assim como coleta de sangue para análise laboratorial.
O IO pode ser realizado na tíbia proximal (primeira escolha em crianças), fêmur, tíbia distal, úmero proximal, manúbrio esternal, espinha ilíaca ântero-inferior, rádio distal e até clavícula. Está contraindicado nas queimaduras ou infecções no local da punção, fratura por esmagamento e doenças ósseas. Também não é indicado segunda tentativa de punção no mesmo osso.
As complicações são infrequentes e decorrentes do mau uso da técnica, são: síndrome compartimental por extravasamento, infecções decorrentes da falta de antissepsia, fraturas ósseas resultantes de agulhas inadequadas, infiltrações da epífise com prejuízo ao crescimento infantil.
O IO pode ser realizado por dispositivos automáticos (perfurador elétrico ou BIG) ou manuais(agulha de Cook, agulha de Jamshidi e até mesmo agulha de miolograma). As agulhas hipodérmicas 40×12 não são ideias, pois são facilmente obstruídas por espiculas ósseas. O IO pode ser mantido por até 24 horas no paciente, devendo ser substituído por um acesso venoso central após.